A democracia, na sua essência, é o governo do povo pelo povo. Foi assim que, com Platão, na Grécia Antiga, o conceito se desenvolveu.
Com o tempo tornou-se impraticável "todos decidirem acerca de todos". Depois de várias vicissitudes, chegou-se àquilo que denominamos democracia representativa. Seria um sistema adequado, caso os representantes eleitos estivessem à altura das suas responsabilidades; infelizmente quase nunca acontece.
O povo vota nos seus representantes, acreditando nas suas promessas, mas, quando eleitos, facilmente as esquecem. Isto tem contribuído para algum descrédito, que só pode ser contrariado através de maior e melhor participação cívica.
Daí que eu pense que os cidadãos não podem limitar-se a colocar o voto na urna; têm que permanecer vigilantes e activos.
Sem pôr em causa a legitimidade dos eleitos, a intervenção dos cidadãos reforça a qualidade da democracia, direi mesmo, completa-a .
Por ser assim, qualquer governo democrático tem o dever de incentivar essa colaboração. A melhor maneira de cada um de nós o fazer é através do Associativismo. Juntos em organizações, as mais diversas, os cidadãos podem debater as questões que lhes dizem respeito e que só eles conhecem bem.
Mesmo tendo consciência de que algumas vezes haverá tendência para se concentrarem em excesso no seu umbigo, vale a pena estimular e ouvir as associações, porque, havendo bom senso, é sempre a comunidade que fica mais rica.
A nossa região tem forte tradição de movimentos locais e regionais a quem alguém já chamou democracia associativa.
O Dia do Associativismo que hoje se comemora é bom pretexto para que os órgãos de poder reflictam na sua relação com estas associações, mas também para que muitas destas repensem a sua forma de participar.
Sem comentários:
Enviar um comentário