quinta-feira, 30 de julho de 2009

Que Inovação?

30 de Julho de 2009


Os tempos de hoje são da chamada Sociedade de Informação.Os avanços tecnológicos permitem-nos partilhar conhecimentos e informação em tempo real e em qualquer local.
A maior ou menor competitividade de países e regiões é proporcional ao grau de desenvolvimento destas novas áreas.
A Finlândia foi um país pobre até à década de 50;hoje,graças à aposta na tecnologia de informação e respectivas redes,tem um dos melhores níveis de vida do mundo.
Em Portugal, só nestes últimos anos se começou a investir neste sector.O chamado Plano Tecnológico é o ai-jesus do Governo.
No entanto,esta febre de inovação não pode fazer esquecer ou mesmo ignorar o profundo atraso com que se debatem muitas zonas do país.
No caso concreto da nossa região,bastará estar atento às frequentes queixas e desabafos veiculadas pelo Jornal de Arganil para se ter consciência da situação terceiro-mundista existente em muitas das nossas aldeias.
Há meses, este Jornal titulava:” Povoações do Alto Ceira isoladas do Mundo”.Dizia a notícia: ...no séc.XXI, estas povoações(cinco da freguesia de Fajão) ficam constantemente isoladas do mundo,pois nem há rede móvel:uma simples rajada de vento ou trovão eram suficientes para avariar a cabina de distribuição da PT. Neste caso ,em plena quadra natalícia, o isolamento durou uma semana!
Há poucos dias,era a voz das aldeias de Saião e Salgado,do concelho de Góis,que manifestava descontentamento pelas constantes avarias nos telefones e o impedimento de acesso à Internet.
Quando o Governo tanto se orgulha da aposta na inovação,não pode deixar de exigir à PT e outros operadores a quem foi concessionado este serviço público que o tornem acessível, em pé de igualdade, a todos os portugueses.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A Força das Ideias

23 de Julho de 2009


Não poucas vezes somos tentados a avaliar as ideias em função de quem as divulga.A verdade é que os princípios devem ser apreciados pelo seu valor intrinseco.Se há incoerência ou contradição entre quem apregoa determinada doutrina ou norma e a sua prática ,o que deve ser realçado é a validade dos conceitos.Bem sei que nem sempre é fácil ouvir alguém a defender coisas em total contradição com a sua prática.A isto responde o povo com o sarcástico “bem prega Frei Tomás...”Ainda assim,o que deve ser condenado é a conduta de quem assim procede e nunca a essência dos preceitos.Aplica-se aqui o velho adágio”olha para o que eu digo e não para o que faço”.
Falo nisto, porque existe muitas vezes o risco de desacreditar as boas ideias só porque quem as divulga não as pratica.Não é pela razão de existirem maus padres,professores,médicos, ou seja lá o que for,que a religião,educação ou medicina deixam de ser valores a defender e praticar. O ideal seria que todos fossem coerentes com o que dizem,particularmente quem tem mais responsabilidades;como isso nem sempre acontece,saibamos nós fazer a distinção entre o essencial e o secundário,neste caso,entre os bons princípios e a eventual má conduta de quem os prega

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A Fome

16 de Julho de 2009


A presidente do Banco Alimentar Contra A Fome afirmava há dias que,num só mês, os vários bancos existentes no país receberam tantos pedidos como todo o ano passado.
Significa isto que a fome,mesmo em Portugal, é ,cada vez mais, uma tragédia.
A saída em massa da chamada província para as cidades, agravada agora com o desemprego, explica muito daquilo que se passa nos centros e subúrbios urbanos,onde este flagelo é mais agudo. No entanto, temos que recuar para entender as principais causas: medidas erradas do passado, como seja o abandono de terrenos agricultáveis (caso de Portugal), e a monocultura imposta a países em vias de desenvolvimento, provocaram escassez de bens alimentares e consequente encarecimento.
Quando 1/3 da humanidade sobrevive com menos de um euro por dia; quando em Portugal o desemprego é elevado e muito baixos os salários da grande maioria dos portugueses, não é de estranhar que falte dinheiro para adquirir alimentos.
É o momento de mudar; depois desta crise nada será como dantes.
A solidariedade é necessária e bem-vinda, mas precisamos duma nova ordem mundial que dê prioridade à produção agrícola para garantir a segurança alimentar;sem isto não haverá estabilidade social.
Portugal tem que tomar as suas próprias providências também nesta área, para garantir maior autonomia alimentar.Não se espere que alguém nos ajude se,entretanto, também se confrontar com o mesmo problema:ninguém nos mata a fome se também a tiver.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Justiça Social

09 de Julho de 2009


Foi o banqueiro Fernando Ulrick, presidente do BPI, quem afirmou:”o governo deve ter particular atenção à coesão social e aos mais desfavorecidos”. Quando lhe perguntaram:”onde vai buscar os recursos?”, não hesitou em afirmar:”pode aumentar os impostos sobre os que estão melhor, de modo a ser redistributivo e a ajudar os mais vulneráveis e os mais desfavorecidos. Admito que crie um escalão adicional de IRS para os que ganham mais e não me chocava que se criasse uma tributação das mais-valias em ganhos com instrumentos financeiros.”A citação é longa, mas vale pelo conteúdo e pelo autor.
Estamos habituados a este discurso vindo geralmente de pessoas identificadas como sendo de esquerda.
Na realidade a injustiça social é um problema da sociedade e como tal, a todos deve preocupar. Resulta do egoísmo e infelizmente este pecado tanto cega ricos como pobres.
Porque as desigualdades sociais, além de atentado à dignidade humana, são factor de agravamento da violência e instabilidade, os mais privilegiados, mas particularmente os governos, têm que ser sensíveis a esta realidade, actuando e legislando para que haja mais equidade.
Daí que eu entenda como natural as afirmações deste banqueiro: foi positivo ter dito o que disse.
É um recado aos mais ricos e um repto ao governo.
Há dinheiro: está mal distribuído e, muitas vezes, é mal aplicado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Semanário da Região

02 de Julho de 2009


Não tenho por hábito prestar atenção aos Relatórios de Gestão e Contas.No entanto,comprometido afectivamente com O Jornal de Arganil ,li com interesse a Apreciação Global de Gestão relativa ao exercício de 2008 da Empresa sua proprietária.
Infelizmente e como era de esperar,também ela sofre as consequências da crise financeira e económica.Merece realce e apreço o esforço da Gerência para sobreviver às dificuldades.
Sendo a publicação de O Jornal de Arganil parte relevante da sua actividade e porque a manutenção dum semanário vivo e interventivo é importante para a nossa região, é natural que todos os que se interessam pelo desenvolvimento regional não fiquem indiferentes perante os problemas que o possam afectar.
Empobrecidos pela recente suspensão de A Comarca de Arganil,mais se justificam os empenhos para que este nosso Jornal possa manter-se como paladino das boas causas locais e regionais.
Sem qualquer outra informação para além da leitura do Relatório,fico com a convicção de que a Gerência está empenhada nesse objectivo.
Porque um jornal com estas características desempenha um serviço à sociedade,é razoável pedir e esperar que a comunidade,seja por mais assinaturas,seja através de publicidade ou outros meios,corresponda e acompanhe este esforço.