segunda-feira, 26 de julho de 2010

Boas Notícias

26 de Julho de 2010


São cada vez mais frequentes as notícias de que os trabalhadores chineses, finalmente, começam a contestar as suas péssimas condições de trabalho, recorrendo mesmo a paralisações em algumas multinacionais.
São bons sinais: revelam que têm consciência dos seus direitos e que estão dispostos a lutar por eles; por outro lado, pode ser um factor dissuasor para aqueles que apenas procuram o lucro, ainda que à custa da exploração do ser humano.
Mesmo que tenhamos que pagar mais por alguns produtos que nos chegam de países onde reina a exploração, para garantia da estabilidade social no mundo, devemos ficar contentes e ser solidários com a luta por um trabalho digno e justamente remunerado.

terça-feira, 13 de julho de 2010

O Destino e a Vontade

13 de Julho de 2010


Na mitologia, Destino era uma divindade que preestabelecia a sorte dos mortais; era tal o seu poder, que todos os outros deuses lhe eram subordinados.
Causa-me estranheza que ainda hoje haja quem pense e proceda de acordo com esta crença fatídica.”Ninguém escapa ao seu destino”, ouve-se com alguma frequência.
Por oposição, há quem perfilhe a ideia de que “tudo é possível, basta querer”.
Não concordo nem com uns, nem com os outros : não só não temos a sorte predeterminada, como também muitas vezes não basta querer para poder fazer.
Se não podemos alterar muitas das circunstâncias da nossa vida (os pais que tivemos, o local onde nascemos e fomos criados, a família que nos calhou…), nem por isso deixamos de ser responsáveis por melhorar o meio de que fazemos parte.
Somos dotados de inteligência e vontade e é com estes instrumentos que devemos fazer o nosso caminho.
Assumindo o nosso passado, apesar dos erros, mas sempre com o objectivo de melhorar. Nada pior do que querer apagar ou branquear o que ficou para trás, como se isso fosse possível.
Em vez disso, há que assumi-lo e corrigir se necessário; ninguém pode emendar aquilo que não aceita.
Conscientes dos nossos limites, com inteligência e vontade, devemos ter como ambição deixar um mundo melhor do que encontrámos. Quem se resigna ao fatalismo, com as eternas desculpas do destino traçado, abdica de ser pessoa livre e interessada.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Portugal Profundo (1)

8 de Julho de 2010


Apesar de todos os avanços tecnológicos, particularmente na área das telecomunicações, ainda persistem em Portugal situações comparáveis a realidades do chamado Terceiro Mundo: temos muitos locais onde, apesar de avultados gastos em antenas individuais, as pessoas não têm acesso com o mínimo de qualidade ao sinal aberto de televisão; há muitas zonas privadas de rede de telemóvel; há povoações que frequentemente ficam sem telefone, por períodos longos, sem qualquer explicação.
Um exemplo vivido: numa aldeia do concelho de Arganil (PISÃO), apesar de anos e anos de reclamações, não restou outra alternativa aos moradores (e ainda são algumas dezenas) que não fosse o organizarem-se e custearem, eles próprios, a montagem duma antena colectiva, em local próximo e de melhor captação, bem como as respectivas ligações às casas.
O sistema de recurso lá foi remediando, com muita manutenção, mas, como tudo na vida, chegou a um ponto em que deixou mesmo de servir.
Privados de ver qualquer canal, a alternativa para os moradores é a contratação de serviços de satélite. É ver os senhores da ZON e MEO a aproveitarem-se…
Pessoas de escassos recursos são agora obrigadas a desembolsar uma mensalidade, para não ficarem privados dum bem a que têm direito e para o qual, afinal, têm obrigatoriamente que pagar (taxa de áudio visual).
Haja respeito!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Idade de Reforma

5 de Julho de 2010


É notícia de hoje: a UE quer aumentar a idade de reforma! Dizem ser a única forma de garantir as despesas com o sistema de pensões.
Não me conformo.
A ser assim, ainda nos arriscamos, um dia, a ter que trabalhar (e descontar) até morrer, enquanto, ao nosso lado, sobrevive toda uma nova geração sem trabalho.
Há outras e melhores respostas seguramente:
Uma delas, face ao desenvolvimento tecnológico que vem substituindo a tradicional mão-de-obra, passa por criar uma taxa que recaia sobre a riqueza produzida, compensando a que incide sobre os salários.
Outra obrigaria a rever políticas de emigração, incentivar e apoiar a natalidade e, particularmente, dar a maior prioridade à criação de novas oportunidades de emprego aos jovens.