quinta-feira, 7 de maio de 2009

SOPA E LAGOSTA

7 de Maio de 2009


A pretexto da tão falada crise, todos falam da necessidade de fazer sacrifícios.
Se é coisa a que a grande maioria dos portugueses já está habituado desde há muito, também é verdade que há pessoas para quem isso é uma tragédia.
Na realidade, os sacrifícios não são o mesmo para todos.
Se uns, como alguém dizia com graça:”antes da crise já comiam sopa e agora, com a crise, continuam a comer sopa”, outros haverá para quem é uma tragédia ter que comer agora menos lagosta.
Sempre que se exigem sacrifícios, as grandes vítimas são quem menos os pode e deve fazer. E porquê? A razão principal está no sistema social e tributário injusto e corrupto. Se todos pagássemos impostos proporcionalmente aos rendimentos, os sacrifícios não só seriam menores, mas principalmente mais justos.
Por outro lado, para que os cidadãos possam compreender e aceitar os sacrifícios pedidos, é indispensável que políticos, sobretudo os governantes, dêem exemplo e garantia de que eles se justificam e valerão a pena. Desde logo, eles próprios acabando com despesas supérfluas e muitas das regalias inerentes à função; depois, defendendo e praticando políticas de rigor, seja nos investimentos, no controlo do desperdício, seja sobretudo no combate à fraude e corrupção.
Se temos que fazer sacrifícios, que eles sejam proporcionais e aproveitados para fazer de Portugal um país socialmente mais justo.

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