quinta-feira, 16 de abril de 2009

CRISTO RESSUSCITADO

16 de Abril de 2009



Numa freguesia do concelho de Tomar, o pároco mandou substituir as imagens nas capelas e igreja. O que criou mais polémica entre os paroquianos foi a troca das representações de Cristo crucificado pelas de Cristo ressuscitado. Alegava o sacerdote: “a fé baseia-se na ressurreição, não acredito em Cristo morto”.
Decorridos alguns anos, houve consenso e hoje as imagens de Cristo crucificado e de Cristo ressuscitado coabitam no altar da igreja matriz da freguesia. Como então afirmou o Bispo de Santarém, “as duas representações se completam”.
A Igreja Católica sempre se apresentou mais ligada ao Cristo da cruz; daí a associação a uma religião triste, resignada e de sofrimento.
A ideia de que Cristo morreu pelos pecadores e o próprio conceito de pecado foi, e muitas vezes ainda é, predominante na educação católica, provocando sentimentos de culpa e medo.
A verdade é que Cristo morreu na cruz porque era um Homem que sempre agiu segundo a Sua vontade, porque foi revolucionário no seu tempo, com ideias subversivas relativamente aos poderes e costumes da época. Ao contrário de outros, não se refugiou no deserto: ficou e conviveu com o povo. A Sua mensagem nunca foi de medo, de angústia ou culpa. Foi morto, porque foi livre e porque ressuscitou é que O reconhecemos como Filho de Deus.
Daí que eu, como cristão, compreenda melhor a atitude daquele pároco ao preferir as imagens de Cristo Ressuscitado.

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