quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Dia dos Deficientes

3 de Dezembro de 2009




Bom motivo de reflexão para todos,particularmente para quem não sofre deste tipo de limitações.No entanto, a melhor forma de comemorar este dia seria a concretização de algumas das muitas faltas que a sociedade mantém relativamente aos deficientes.
Sendo incontestável que todos temos os mesmos direitos,é necessário proporcionar meios para que os possamos exercer.Infelizmente não é isso que acontece com quem sofre de limitações.
Portugal ,à semelhança de muitos outros países,aprovou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,através da qual,entre outras,se reconhecem e promovem os direitos,se proíbe a discriminação e se responsabiliza toda a sociedade pela criação de condições que garantam esses direitos.Apesar de termos boa legislação,falta-nos sensibilidade e vontade política.Na Europa, somos dos países onde o deficiente sente muitas dificuldades e ainda é olhado como um “coitadinho”.
Há quase 15 anos li,comovido,o excelente livro-testemunho Para Além da Esperança de Maria Leonarda Tavares.Só a força,coragem e dignidade dos dois protagonistas tornou possível vencer as muitas barreiras,indiferenças e até hostilidades.Decorridos estes anos,permanecem muitas das situações aí denunciadas.
A jeito de homenagem aos heróis que,apesar das contrariedades,não se conformam,mas também como repto ao poder político,termino com um pequeno extracto do livro:
“No dia seguinte fomos até Londres de comboio.O Miguel ficou radiante quando verificou que estava numa cidade onde quase não havia barreiras arquitectónicas.Em todos os edifícios públicos havia sempre rampas e elevadores espaçosos.Viam-se por todo o lado símbolos de cadeiras de rodas.Andámos pela cidade e o Miguel pôde acompanhar-me sempre,entrando nas lojas,visitando museus e galerias de arte.Encontrámos frequentemente casas de banho destinadas a paraplégicos.
Na viagem de regresso a Wendover o Miguel disse-me:
-Os deficientes deste país são uns senhores.Quando é que nós vamos conseguir isto tudo em Portugal? “.
Foi há quase 35 anos...como estamos hoje?

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