quinta-feira, 25 de março de 2010

Pobreza

1 de Abril de 2010


A União Europeia deliberou que 2010 fosse o Ano Europeu Contra a Pobreza e Exclusão Social. Questão muito grave que exige resposta.
Fernando Nobre, fundador da AMI e candidato a Presidente da República, muito sensível a esta causa e com notável obra, escreveu:”a questão da exclusão social, a não ser encarada e resolvida, é uma questão que vai revolucionar a Europa e o resto do mundo e que poderá pôr em causa a própria democracia. A democracia só estará garantida se nós, cidadãos, estivermos atentos, agindo para que certos direitos e deveres sejam garantidos”.
Considerando positiva a iniciativa da U.E. receio que, mais uma vez, fiquemos apenas nas boas intenções.
Já em 2000,a propósito da Estratégia de Lisboa, chefes de Estado e de Governo da União Europeia se haviam comprometido a dar um “forte impulso decisivo à eliminação da pobreza” até 2010.Ainda nesse ano 2000, a ONU fixou como primeiro Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM) a erradicação da pobreza e fome até 2015.
Corre o ano de 2010 e como estamos?
No mundo, a pobreza afecta mais de mil milhões de pessoas, 1/6 da população; em Portugal, mais de 18%, ou seja, quase 2 milhões de portugueses, vivem no limiar da pobreza.
Com tantos propósitos e tão frustrantes resultados, é caso para duvidar da verdadeira vontade para resolver este flagelo.
É preciso acreditar, antes de mais, que a pobreza não é uma inevitabilidade. Pode e tem que ser erradicada.
Nenhum país, poderá ter futuro com tanta gente a viver em risco de pobreza.
Não sendo sustentável que a resposta adequada a este problema possa estar nos subsídios, assistencialismo ou quaisquer outras prestações sociais que apenas minimizam ou disfarçam, exige-se uma profunda mudança no actual modelo de desenvolvimento.
Porque o trabalho, acessível a todos e com remuneração justa, é o meio mais eficaz e digno de travar este combate, exige-se dos governos que estimulem e invistam em novas oportunidades de desenvolvimento; das empresas espera-se que finalmente assumam a suas responsabilidades sociais; dos cidadãos que se mobilizem e participem. A pobreza combate-se com competitividade económica, mas principalmente com melhor repartição dos rendimentos.

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