sexta-feira, 26 de junho de 2009

Imprensa Regional

25 de Junh0 de 2009


Assinante,leitor e antigo colaborador de A Comarca de Arganil sinto mágoa pela situação em que se encontra.
Só razões muito fortes e seriamente ponderadas poderão ter forçado a suspender uma publicação que ,sem interrupções,vinha desde 1901.
O movimento associativo ficou mais pobre.Seja qual for o futuro,o honroso passado de A Comarca de Arganil nunca será ignorado:a história da nossa região ao longo destes 108 anos está nas suas páginas.Daí que se imponha o reconhecimento de todos os que vivem e se interessam pelo desenvolvimento regional.
Dito isto,que é de elementar justiça,vem a propósito reflectir acerca da importância da imprensa regional,particularmente numa região como a nossa,sistematicamente ignorada.
Vivemos tempos em que é mais fácil saber o que acontece em partes longínquas do mundo do que o que se passa à nossa volta:temos notícia do que vai fazendo o Obama na América,por exemplo,mas ignoramos frequentemente o que se faz ou não faz na nossa Câmara ou Junta de Freguesia.
A imprensa regional deve servir para informar acerca do que interessa ao nosso quotidiano.
Porque a nossa região se caracterizava por forte migração,os jornais regionais começaram por ser a “carta de família”que levava as noticias .Para além disso, hoje pede-se bem mais:informação isenta,mas interventiva na defesa das causas cívicas,particularmente associativas e regionais.
Os órgãos de poder,governo e autarquias,têm obrigação de incentivar a existência destes instrumentos de cidadania,mas tem que ser a sociedade a garantir a sua independência e intervenção.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

As Autarquias e a Crise

18 de Junho de 2009



A propósito da crise, afirmava há tempos o Presidente da Associação Nacional de Municípios:”não acredito em respostas centrais para problemas locais”.Julgo entendê-lo, porque, na mesma ocasião, também disse que o Governo devia consultar as autarquias para enfrentar e ajudar a delimitar a crise.
Se esta, pelas causas e dimensão, exige respostas globais, logo, não ao alcance de um só país e muito menos duma qualquer autarquia, não poderá isso ser pretexto para baixar os braços ou ficar inerte.
É tempo de acção: cada um de nós, à sua medida, tem o dever de fazer alguma coisa, particularmente as autarquias. Porque conhecedoras das realidades locais, têm que ser as primeiras a dar respostas concretas.
Existem alguns bons exemplos. Um deles é o vizinho concelho de Mortágua. Atento às preocupações das pessoas e empresas, no Orçamento de 2009 definiu 18 medidas de apoio às famílias e incentivo às empresas. Destas, merecem-me particular destaque: isenção de taxa de construção para jovens casais; isenção de 50% das taxas devidas nos processos de reconstrução e reabilitação de edifícios degradados; redução de 50% do IMI; empresas que se instalem no concelho e criem, no mínimo, cinco postos de trabalho ficam isentas de taxa de edificação; nos estabelecimentos públicos de ensino o prolongamento de horário será gratuito…Enfim, são alguns apoios e incentivos que revelam preocupações sociais e são um excelente sinal e exemplo.
Nestes tempos de agruras, é disto que precisamos e esperamos de quem detém poder.
A prioridade tem que ser poupar no que é supérfluo (e então agora, com eleições à vista!) para concentrar apoios naquilo que possa manter e incentivar trabalho para todos.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O Desemprego

11 de Junho de 2009

É a mais grave consequência da crise.Quando falta trabalho, não há dinheiro,desaparece a auto-estima e fica aberto caminho à violência social.
Preocupa o que se passa por todo o mundo:na China regressam aos campos milhões de desempregados,nos Estados Unidos da América são mais de oito milhões,em Espanha ultrapassam os quatro milhões (duplicou nos últimos 18 meses),na Alemanha e França os números também são muito preocupantes.
Naturalmente,Portugal não podia escapar a esta desgraça.Os últimos dados oficiais indicam números próximos dos 500.000 desempregados;inquietantes, atendendo à nossa dimensão.
O pior é que,como tudo indica,a situação tende a agravar-se.
Se é inegável que a crise gera desemprego,também há razões para desconfiar de que alguns patrões se estão a aproveitar desta conjuntura para fazerem despedimentos sem qualquer justificação.Este procedimento é criminoso e deverá ser devidamente penalizado.
Sendo o desemprego uma calamidade social, os governos têm que lhe dar a melhor atenção. Até agora vamos sabendo de medidas relativas a subsidios;acontece que o problema não se resolve assim(até porque eles não duram sempre) .É necessário investir em decisões que criem emprego.
Para evitar piores consequências , a sociedade tem que resolver o problema do desemprego.Desde logo, procurando as causas.
Parecendo evidente que foi o sistema vigente que nos conduziu à actual situação,talvez seja ocasião para procurar novos e melhores caminhos que nos levem a encarar o trabalho como bem essencial para a dignidade humana.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Crianças Agredidas

4 de Junho de 2009

É na infância que se estrutura a personalidade do adulto;daí a importância de tudo quanto acontece nesta fase da vida.
Porque hoje é o Dia das Crianças Vítimas de Agressão parece-me ser um bom pretexto para reflectir um pouco acerca desta repugnante realidade.
Desde sempre a criança foi vítima de vários tipos de agressão.Se até ao séc.XVIII era pouco valorizada e até mesmo desrespeitada, a verdade é que, ainda hoje,todos os dias nos chegam notícias de acções violentas contra as crianças.
De acordo com dados da Unicef a cada hora morre no mundo uma criança vítima de agressão; o mais chocante é que,segundo a mesma fonte,80% destes actos são provocados por familiares.
Não encontro palavras para expressar a minha repugnância por esta realidade,mas,porque ela acontece,há que reflectir e encontrar respostas.
Há vários tipos de violência a que as crianças estão expostas:física,sexual,psicológica,social e económica,entre outras.
Sem desculpabilizar os agressores,temos que assumir que a resposta eficaz para este problema terá que envolver cada um de nós,as famílias e toda a sociedade através dos seus vários serviços e instituições.
A criança tem direitos que devem ser respeitados e defendidos.Esta missão não é exclusiva dos pais,envolve toda a comunidade.
Está demonstrado que é nas famílias mais destruturadas que estes crimes acontecem com mais frequência.Pobreza,desemprego,alcoolismo,falta de valores educacionais e culturais são factores de risco.Há que actuar nestas áreas e envolver toda a comunidade nesta luta,quanto mais não seja através da denúncia.Com o nosso silêncio acabamos por ser cúmplices desta inqualificável cobardia que é a agressão às crianças.