segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Visionário

30 de Agosto de 2010


Pessoa excêntrica, extravagante ou quimérica, mas também sonhadora ou utópica. É nesta última condição que vou tentando exteriorizar algo do que penso e desejo.
Bem sei que os tempos não são propícios a utopias, muito ao contrário. No entanto, talvez por isso mesmo, seja preciso sonhar.
Na verdade, perante tantos e tão graves problemas, e com tanta falta de vontade e incompetência, há quem, ainda e só, espere por um milagre. E milagres, como sabemos, pertencem ao sobrenatural.
Resta-nos pois sonhar: que os cidadãos, organizados mas não manipulados, assumam as respectivas responsabilidades e sejam realmente exigentes nas escolhas e na permanente avaliação de quem elegem.
Este é seguramente um sonho realizável.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

OS QUEIXINHAS

23 de Agosto de 2010


Desconfio daqueles que, no exercício das suas responsabilidades, passam o tempo a justificarem-se e a queixarem-se de quem os antecedeu no lugar.
Se isto é verdade para todas as situações, mais grave se torna quando falamos de políticos eleitos e nomeados para exercer cargos públicos.
Revela incapacidade, oportunismo: falta de carácter, afinal.
As campanhas eleitorais são o tempo oportuno para esclarecer as pessoas do que se deve e pode fazer.Os eleitores escolhem, de entre os vários programas, o que julgam mais de acordo com os seus anseios. Acreditam nas promessas, no pressuposto de que, quem as faz conhece e sabe do que fala.
Os choradinhos justificativos no decorrer dos mandatos apenas servem para disfarçar incompetências. Reconhecidas estas, resta-nos escolher melhor, quando for o caso.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Portugal é Fixe

17 de Agosto de 2010


Um inquérito recente indicava que se Portugal fosse uma marca, a maioria dos portugueses não a compraria. Tanto pessimismo dá para pensar, porque, na minha maneira de ver, nada o justifica.
Poucos países terão tantas razões para se orgulharem da sua história como Portugal.
O conhecido historiador britânico Timoty Ash, realçando a importância dos países pequenos na Comunidade Europeia, referia-se a Portugal dizendo:”Uma vantagem é ter um grande passado. Mais importante, o momento de Portugal como potência mundial deixou 220 milhões de pessoas de todo o mundo a falar português. São mais do que as que falam francês como primeira língua”.
Nada melhor do que conhecer a nossa História não só para compreender o presente, mas sobretudo para nos estimular a lutar por melhor futuro.
Basta de choradeiras miserabilistas, discursos patrioteiros e saudosistas. O futuro constrói-se dia- a- dia, com vontade e orgulho. Ser exigente para com o país pressupõe que o sejamos connosco, no contributo que todos devemos dar para uma cidadania melhor.
Gostar de Portugal demonstra-se também ao preferir produtos nacionais quando eles são na verdade bons. Fabricamos os melhores têxteis, o melhor calçado; produzimos dos melhores vinhos, o melhor azeite; orgulhamo-nos de ser o terceiro país do mundo com a mais baixa taxa de mortalidade infantil.
Se não forem os portugueses a acreditar e a querer um futuro melhor para o seu país, seguramente ninguém o fará por nós.


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Migrantes

13 de Agosto de 2010


A partir do séc. XV, com os Descobrimentos, muitos portugueses procuraram noutras paragens melhores condições de vida: a maioria por necessidade, outros à aventura.
Até aos anos 20 do século passado o Brasil era o primeiro destino. Nos anos 60, as condições sociopolíticas no país desencadearam um surto de emigração clandestina para a Europa, particularmente para França.
Até há poucos anos fomos um país exclusivamente de emigrantes. No entanto, após a consolidação da democracia e sobretudo com a entrada na UE, Portugal passou a ser procurado por imigrantes vindos de África, Brasil e países do Leste.
Porque temos uma forte migração, é fundamental que tenhamos uma boa política nesta matéria.
Contrariando muitos que alimentam preconceitos xenófobos contra os imigrantes, deve dizer-se com clareza que Portugal precisa deles.
Não houvesse outras razões (e há), isto será motivo suficiente para que Governos e Sociedade estimulem a sua legalização e se criem condições para salutar integração de quem aqui quer viver e trabalhar.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Cadastro e os Incêndios

12 de Agosto de 2010


Em Junho de 2006, o Secretário de Estado do Ordenamento do Território anunciou, com grande urgência, que, ainda nesse ano (2006!), arrancaria o cadastro nacional.
Tive oportunidade de então manifestar satisfação, porque, entre muitas vantagens, isso facilitaria a implementação das Zonas de Intervenção Florestal.
Apesar de não se detectar nenhum desenvolvimento na nossa região, sempre confiei que o cadastro estivesse a decorrer algures no país. Passados mais de quatro anos, não há notícias de qualquer avanço neste processo.
Actualmente não se sabe quem são os donos de mais de 20% do território!
Sendo esta a nossa realidade e sendo urgente fazer o ordenamento territorial, particularmente das áreas florestais, seria de esperar que o Governo desse prioridade a este assunto.
Indispensável é também que, na sequência do cadastro, se proceda aos registos nas conservatórias. A Governo deve estimular medidas para que, num prazo razoável e limitado a determinados valores, esse acto possa ser feito sem custas.
Acredito que será a uma boa motivação para que os pequenos proprietários rústicos possam fazer o registo.
Numa altura em que o país se consome na luta contra os incêndios, vem a propósito lembrar que este combate não poderá ser eficaz sem a concretização destas medidas.