quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Vergonha e Indignação

21 de Janeiro de 2010


Foi já este ano:em Lisboa,entre as 10h00 e as 22h00 dum Domingo,foram encontrados mortos,em diferentes locais, nove idosos que viviam sós.
Pela mesma altura,uma outra notícia denunciava o caso de seis idosos,abandonados durante a noite num lar clandestino e que,após gritos de socorro,foram resgatados pelas autoridades.
Estas ocorrências,são verdadeiros murros no estômago que não nos podem deixar indiferentes.
Que sociedade é esta que permite que isto vá acontecendo cada vez com mais frequência?
É preciso parar para nos questionarmos.
Num tempo em que tanto se fala de crise,estamos confrontados com uma, maior e mais grave:a chamada crise de valores.
Os avanços da ciência têm permitido que hoje haja mais idosos.Mas será que esta realidade,só por si,é uma circunstância feliz?
Olhando à volta, e vendo a maneira como são tratados muitos desses idosos,receio bem que não estejamos à altura de corresponder a esse progresso cientifico.
A solidão e abandono,muitas vezes no seio das próprias famílias,têm como causa principal o egoísmo e falta de afectos.
Porque os idosos são a nossa memória, devem merecer a máxima consideração.Das famílias,naturalmente em primeiro lugar,mas também do Estado,seja através das suas próprias instituições,seja de outras que apoie.
O idoso não pode ser visto como uma coisa que se põe em determinado sítio para se lhe dar roupa e comida.É uma pessoa que precisa dos nossos afectos.
Saber que há gente a viver e morrer abandonada,em total solidão, é motivo de vergonha,mas, sobretudo, de indignação.

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