quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Quem nos Representa?

24 de Setembro de 2009


No modelo democrático que conhecemos, os cidadãos elegem quem os representa.Ao votar é neles que confiam as decisões políticas.
Acontece que,na grande maioria dos casos,não conhecemos as pessoas em quem votamos.São as estruturas partidárias que indicam os candidatos,muitas vezes sem respeitarem a vontade das bases.O eleitor acaba por,confiadamente, votar no símbolo do partido .Passando-se assim as coisas,não é de estranhar que,depois de eleitos,muitos deputados nunca mais apareçam junto das pessoas a quem pediram confiança.
Isto explica também que a maioria das promessas feitas em campanha nunca sejam cumpridas.
Tal procedimento contribui para que haja mais desinteresse e aumente a abstenção.
Há quem defenda que a criação de círculos uninominais,cujo voto servia para eleger um único deputado por círculo,permitiria maior ligação entre eleitores e eleito.Não estou disso convencido:penso mesmo que correríamos o risco de ter no Parlamento um conjunto de “caciques” locais,mais empenhados nas questões pessoais ou locais do que no interesse comum.A Assembleia seria um caos (leia-se Eça de Queirós ou Camilo,por exemplo,para se ter uma ideia do que poderia ser).
Sendo assim,a melhor solução é exigir aos partidos que indiquem as pessoas certas, comprometidas com o distrito pelo qual concorrem;pedir-lhes também que dignifiquem os deputados,dando-lhes liberdade de actuação e não fazendo deles meras câmaras de eco.
Como o podemos fazer?
Não votando nos partidos que contrariem esta prática.

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Velhos e Bons Costumes

17 de Setembro de 2009


Acredito que o mundo não voltará a ser o que era antes desta crise.
O abalo provocado é bom pretexto para experimentar novas oportunidades ,já que os factos demonstram que não era bom o caminho que vínhamos seguindo.
No que respeita a Portugal, parece-me que estamos no tempo de fazer algumas pequenas coisas:há que alterar a mentalidade duma geração que,ao contrário de avós e pais,cresceu no convívio com o consumismo e com as facilidades.Alguns de nós,os mais velhos,talvez para esquecer as muitas dificuldades passadas, caímos no “pecado” de facilitar excessivamente a vida desta nova geração.
Ao abrigo das facilidades, mas também irresponsabilidade ,o lema tem sido: consumir,consumir,sem pensar em poupar.
A crise veio expor esta realidade e está a provocar situações verdadeiramente dramáticas,particularmente para quem não arranja ou perdeu o emprego.
Em muitas destas situações o único recurso ainda são os pais.E quando eles não puderem?
Talvez seja pois altura certa para alterar hábitos e adoptar comportamentos mais conformes à realidade.Boa ideia seria retomar alguns bons costumes do nossos antepassados,particularmente no que diz respeito à poupança e ao aproveitamento.
Naturalmente ninguém defende que se regresse aos miseráveis tempos da guerra e aos difíceis anos seguintes.No entanto,não deitar para o lixo muito que pode e deve ser recuperado,fazer melhor aproveitamento das terras agricultáveis e muitas outras pequenas coisas que fomos abandonando,serão actos importantes para enfrentar a crise.
Faz todo o sentido recuperar as quase esquecidas profissões do sapateiro,costureiras e muitas outras:não é mais tempo de usar e deitar fora.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Eleições Autárquicas

10 de Setembro de 2009


Aproxima-se um longo período eleitoral:são as Legislativas já a 27 e ,em 11 de Outubro,as Autárquicas.
A proximidade destes dois actos e o maior mediatismo das Legislativas poderão contribuir para que as Autárquicas não tenham a justificada atenção.No entanto,é bom lembrá-lo ,vamos escolher as pessoas para presidir às Câmaras e Juntas de Freguesia,precisamente os dois órgãos que mais directa e concretamente têm a ver com o nosso dia a dia.
Infelizmente nem sempre os candidatos são os mais desejados e necessários,já que quase nunca resultam dum trabalho de base junto das populações,auscultando-as;pelo contrário,são “impostos”por interesses e calculismos partidários.
Seja como for,é este o sistema que vigora e quem se apresenta merece respeito.
Tanto a Câmara como a Junta de Freguesia são órgãos fundamentais para a vida da comunidade.Por estarem mais próximos das populações, é deles que se espera resposta para as questões mais imediatas e concretas do concelho ou freguesia.
É por isso que as eleições Autárquicas são tão importantes.Havendo vários candidatos e diferentes opções,é essencial que o cidadão se interesse por conhecer as pessoas e os programas.
Sabemos por experiência que quase nunca se cumpre o que se promete em tempo de eleições;por isso,mais do que dar crédito às promessas,importa conhecer a personalidade de quem as faz.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Criticar É Fácil

3 de Setembro de 2009


Lendo ou ouvindo jornais,rádio ou televisão, logo constatamos que Portugal é um país onde não faltam comentadores e analistas. Todos criticam;todos fariam diferente e melhor se fossem eles a mandar.
O mais curioso é que alguns dos que o fazem já estiveram no poder e nem por isso fizeram o que agora recomendam através dos seus comentários.
A grande diferença está entre o comentar e opinar e o decidir.
Não quero dizer que não se possa e deva ter e exprimir opinião;o que pretendo significar é que só devemos criticar o que conhecemos e sobretudo ser honestos e coerentes nas análises que fazemos.
Dizer mal de tudo e todos,só por dizer,é mal muito nosso.
A coisa torna-se mais grave quando são os próprios partidos a fazerem prática deste mau hábito.
Todos criticam e prometem fazer diferente,mas o pior é que todos nos lembramos do que eles fizeram ou fazem quando foram ou são poder.Quando chamados a votar,mais do que ter em conta as criticas,valerá a pena estar atento à prática de quem as faz.