quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A água e as autarquias

5 de Fevereiro de 2009



Já uma vez aqui escrevi que as Autarquias não podem "lavar as mãos" e deixar a gestão das águas à responsabilidade das Comissões ou Ligas de Melhoramentos.
É assunto demasiado complexo para ficar a cargo de quem não tem meios para garantir a segurança e qualidade indispensáveis.
Compreendo a reacção das populações que tanto fizeram e fazem para garantir água com abundância às suas aldeias, no entanto, há que ter consciência de que estamos perante uma responsabilidade que não permite facilidades, seja no controlo, qualidade ou mesmo no consumo.
Para estes casos terão as Autarquias que encontrar formas de compensação, mas que nunca poderão significar cedências demagógicas que poderão ter graves consequências para a saúde pública.
Vamos tendo notícias de algumas direcções de associações regionalistas que, mais conscientes das obrigações inerentes à gestão das águas, se recusam a assumir esse ónus; algumas chegam mesmo a demitir-se.
Porque a escassez e qualidade da água obriga a uma gestão profissional e exigente, porque se trata dum serviço que tem a ver com a saúde humana, porque as Comissões de Melhoramentos não têm os meios e recursos adequados, devem ser as Autarquias a assumir sem ambiguidades esse encargo.
Receio que as associações que ainda insistem em serem elas a responsabilizarem-se pelo abastecimento de água, mais tarde ou mais cedo, venham a ser vítimas do seu voluntarismo.
Sendo certo que o abastecimento de água esteve na origem e fortaleceu muitas destas comissões ou ligas, perante as actuais realidades, é chegada a altura do movimento regionalista ter outras preocupações.

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